Lençóis Maranhenses com bebê e cachorro

Dia 01

Concluindo nosso passeio da rota das emoções, entramos no Estado do Maranhão sentido a Lençóis Maranhenses, vindo de Jericoacoara.

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Barreirinhas é a cidade de onde saem os passeios ao parque nacional dos lençóis maranhenses. De um lado muito simples, com construções semi acabadas, pouco mantidas, sempre de pequenas fachadas em terrenos estreitos, de outro lado, com uma natureza exuberante com o rio preguiça correndo silencioso e calmo dando charme a tudo que existe em suas margens. O ponto alto é onde ficam os restaurantes em que qualquer um escolhido proporciona a vista do rio e de suas canoas e barquinhos.

O calor é suave apesar de o termômetro marcar mais de 30 graus. Almoçamos nessa única rua turística da vila e comemos um purê de mandioca com legumes – sem sal pro bebe – e um escondidinho de carne seca que estava sensacional. O atendimento foi ótimo. No fim do dia ali na mesma rua, sentamos nas mesinhas colocadas na beira do rio e surpreendentemente não fomos picados ou incomodados por pernilongos. Pedi um penne com salmão sem sal e dividi com o Dimitri.

P1020413_blogA pousada escolhida praticamente foi a que nos escolheu, dentre as mais de 20 que havíamos visto no google, apenas poucas tem o estilo chalé, que normalmente aceita cachorro. As outras também ficam na rua do centro, resultado de casas simples e antigas adaptadas ao pouso dos visitantes, que com bebê e cachorro não oferecem a infra necessária. Chamada encantes do nordeste, oferece vários chalés, que como a maioria que encontramos pelo nordeste, tem uma pequena varanda com uma rede, ar condicionado obrigatório, e espaço suficiente pra montarmos o berço do bebê e, o mais importante depois de termos rodado a cidade toda sem sucesso, aceita cachorro.

 

Dia 02

P1020307_blogFechamos um passeio com uma agência, foto ao lado, em que fomos com nosso 4×4 e uma pessoa junto com a gente pra nos orientar sobre o caminho. Na pousada disseram que era impossível entrarmos no Parque com nosso carro, o que se provou incorreto quando consultamos essa agência.

Havíamos combinado com o guia de sairmos às 8:00 e, com o ritual do bebê de mamar, tomar café e banho, esse era o mais cedo que conseguríamos. De fato acordamos cedo, as 6:30 e um pouco atrasados, às 8:30 pegamos o guia na rua beira rio. Ele foi na caçamba (ou jardineira, como eles chamam aqui) e de lá gritava as instruções. Decidimos por isso pois a última experiência com o guia dentro do carro em Jeri foi bem desagradável. O guia não parava de falar quando o bebê estava tentando dormir e não agregou em nada ao passeio. No fundo eles não são guias turísticos, são guias de caminho mesmo e são importantes como um seguro caso algo dê errado nestes caminhos off-road. Neste passeio, no meio do deserto, não encontramos ninguém no percurso total que durou das 9:00 – saindo da balsa – até 11:30 – retorno à balsa. Além disso, a estrada é puro areião mesmo, fofo, daqueles que o condutor não tem tempo de pensar o caminho, foca só mesmo em manter o carro andando. Ou seja, seria loucura ir sozinho. Com o bebê e cachorro não tive outra opção a não ser ir atrás garantindo que ambos estavam bem. Além da areia, também a estrada tem muito buraco, então o percurso de aproximadamente meia hora, foi de pula pula. Em alguns momentos passei mais de minuto sem permanecer sentada, pulando sem parar. Segurei o caminho todo a cabeça do bebê, que depois de alguns segundos de reclamação, adormeceu. Finalmente avistamos uma grande montanha de areia a nossa frente, o guia mandou acelerar e lá estávamos nós, no alto de uma duna, avistando um dos grandes lagos, na verdade a lagoa dos peixes. Nesta época do ano, até junho, as lagoas estão voltando a encher. Portanto há bem menos opções do que na alta temporada daqui, que vai de junho a setembro. O bebê seguia dormindo, e como a tal lagoa exigia ainda alguma caminhada, peguei-o no colo, o Mauricio a bolsa do bebê e saímos andando.

O bebê de shorts e body, eu de vestido e Mauricio de bermuda. A bolsa carregada de brinquedos, roupa, meu biquini caso decidisse nadar e até um guarda chuva! Este porque pensamos que se na lagoa estivesse muito sol, que usaríamos pra cobrir o bebê. Mas justo na lagoa havia um pouco de sombra que a própria duna de mais de 5 metros ao lado fazia.

Aguentei segurar os 12kg do bebê dormindo por uns 20 minutos e, pensando que já chegaríamos seguia “suportando”o peso, que dormindo é ainda mais pesado. Muito sol, também tinha a preocupação de cobrí-lo o tempo todo pois o vento parecia levar tudo, até nós, imagine os chapéus e paninhos de bebê. Enfim desisti, entreguei pro Mauricio aquela delicia de corpinho em sono profundo. Assumi a bolsa e a preocupação de cobrir e segurar os pertences. Depois de mais uns 15 minutos já não aguentava o peso da bolsa! Já me arrependia pela falta de planejamento, culpava o guia pela falta de instrução. Mas ao menos tínhamos ali banana, laranja, etc, e claro que num passeio de aproximadamente 2 horas, isso não era necessário. Mas a água sim, estava morrendo de sede e justo isso, bem isso, não veio. Ficou no carro. O que eram 20 minutos, levaram quase 1 hora de caminhada.  Mas a paisagem era idílica, com a Zuppy correndo aquele mar de dunas, foto abaixo, sentindo as pegadas naquela areia fofa, muito fina.

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Chegamos na Lagoa do Peixe, queria ali ficar mais tempo talvez não por estar tão bom, mas pelo cansaço da caminhada e necessidade de recompor energias, que, sem água, estava difícil. Quase roubei um pouco da água do Dimitri, mas me segurei. Além disso o Mauricio relembrava desde o minuto 1 que o sol estava ficando mais forte. Saímos por outra trilha que por apenas 1 minuto atravessava um lamaçal, milhares de pernilongos nos atacando e eu gritando, corre corre pro Mauricio que carregava o bebê, como se isso fosse ajudar. Eu andava até mais devagar para vê-los se afastando rapidamente e ter a impressão de que meus gritos de incentivo surtiam efeito, e que ele e o bebê estariam realmente correndo, a salvo. Seguimos o guia que andava sempre tão a frente quanto a Zuppy, com a diferença que a Zuppy olhava pra trás. O bebê chorava com o vento forte de areia, queria parar, pegá-lo, abraça-lo. Roubei ele pro meu colo, mas o sol não permitia, tínhamos que correr.  Saí correndo, gastando em poucos minutos de “corrida” quase toda minha energia. Desisti. Devolvi ao Mauricio, mas entreguei meu chapéu ao bebê, já que o seu não parecia cobrir todo o seu rosto. A cada pisada, uma pegada que afundava até acima do tornozelo, andar era cansativo. O sol incansável, torrava agora meu rosto desprotegido. E sem pensar em nada mais além de fazer o Dimitri bem, segui pelos últimos 30 minutos de caminho cantando, fazendo caras e bocas. O seu sorriso me dava forças e me fazia esquecer a pergunta. O que estávamos fazendo ali!

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Sem dúvida, a preocupação com o bebê, com seu bem estar é o mais crítico na sua vida quando se tem um filho. E aqui não foi diferente. Fomos inocentes achando que seria uma caminhada curta, mas agora pensando na experiência, em nenhum momento o Dimitri esteve em perigo. Podíamos ter nos organizado melhor. Ele podia estar com roupas compridas, podíamos ter levado menos “bagagem” pra caminhada, até mesmo um sling. De qualquer forma, eu não voltaria a fazer a caminhada, pois por fim, a Lagoa não impressiona nesta época do ano, pois está quase seca. O que teve seu lado positivo. Por a lagoa estar bem baixa, o Dimitri adorou, engatinhou um tempão na água.

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Entrei no carro, tirei os shorts do Dimitri, forrei sua cadeirinha com a toalha e incrível, só porque ficou sem fralda fez 3 xixis. A situação anterior de sujeira de areia se somou ao xixi. Quanto a ele, estava feliz. Fomos cantando as músicas do sapinho, e pula canguru, pra nunca esquecermos do quanto pulávamos, e ele gargalhava com os saltos. Na balsa, diferentemente da ida que demorou alguns minutos pra sair, na volta entramos e ela disparou, mas a Zuppy ficou pra trás! Tivemos que fazer uma travessia por barco pra ela entrar. Como o guia não percebeu uma parte da família não estava na embarcação? Que bom que vimos a tempo.

Só desci do carro de novo na pousada. Que banho, meu Deus, como é bom um banho. Família limpa, renovada, e ineira. Seguimos pro nosso segundo almoço no Bambu, o mesmo que comemos ontem, inclusive a mesma comida. Escondidinho de carne seca. Voltamos pra pousada, enquanto todos descansavam eu trabalhei e por volta de 4:00 voltamos pra beira rio e tomamos um passeio de barco que seguido de uma pizza, fechou nosso dia e último passeio da viagem.

Dia 03

Fizemos um passeio de barco para uma ilha não muito interessante. Enfim, fora de temporada Lençóis Maranhenses é uma delícia pela tranquilidade, pelo visual, pelo clima, pela gente; mas as lagoas no meio das dunas são fracas, talvez boas apenas para um bebê nadar mesmo.

 

 

7 comentários em “Lençóis Maranhenses com bebê e cachorro

  1. Oii
    Vc foram ao Parque dos Lençóis com a pet de vcs. E foi possível entrar com ela sem problemas?

    Porque no regulamento, fala que é proibido a entrada dd pets.

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  2. Boa noite! Vi que você levou seu cachorro e até li a mensagem da moça perguntando se eles implicaram com seu cachorro… Porém, no site do Parque diz que não pode a entrada de animais domésticos. Como você fez? Só chegou com o cachorro lá e pronto ou pediu algum tipo de permissão? Eu vou com meu cachorro em Novembro, ele é um yorkshire pequeno! Obrigada desde já!

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  3. Olá! Adorei seu post! Estamos querendo ir para Lençois agora no final do mês com nossas filhas, uma de quase 2 anos e outra de 4 meses. Mas estou um pouco resistente, sobretudo quanto aos trajetos de 4×4 e caminhadas na areia.Gostaria de saber sua opinião… Desde já agradeço!
    P.S. vendo os relatos, me deu vontade mesmo de fazer a rota das emoções… rsrsrs

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    1. Obrigada 😊 Os trajetos 4×4 foram até divertidos mas é possível que você fique atrás “segurando cabeças”, que nas nossas aventuras sempre foi uma função minha quando o Dimitri dormia. A bebezinha se estiver num bebe conforto bem firme acho mais tranquilo, eles adoram o balanço 4×4 rs e quanto as caminhadas, a pequena num sling e bem tranquilo, leve um chapéu pra protege-la. Ja a maior so vai pesar um pouco mais, mas nao creio que voces escaparão de carrega-la também. Proteção solar e chapéu obrigatório mas não levem muitas coisas, que foi um erro bobo nosso…

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  4. Oi, obrigada por compartilhar. O pessoal que faz os passeios nao implicou com o fato de levar o cachorro? Quero ir com a minha (shitzu) mas fico com medo de nao nos permitirem fazer nada (barcos, jardineira, etc) teve valor diferenciado?

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    1. Olá Thelicia, desculpe a demora. Ninguém implicou com a Zuppy! Ao contrário, ela foi muito bem recebida por lá e não vejo mesmo nenhum impeditivo pros passeios que fizemos ja que são sempre em lugar aberto e ela adorou as dunas e o passeio de barco!

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