Viagem com bebê e cachorro: Pirenópolis

No total passamos 45 dias na cidade divididos em três idas entre maio e julho. Fiz a descrição de uma dessas idas de carro no post anterior mas vale mencionar que, com um bebê entre 2 e 4 meses, viajar de carro é muito tranquilo pois eles dormem muito e ainda somente mamam, que no meu caso, como ele sempre só mamou o peito, então a alimentação não era uma preocupação. Costumávamos dizer que em qualquer lugar que parávamos o restaurante dele estava à disposição.

Outra tranquilidade dessa idade é onde dormir pois como eles ainda não rolam, qualquer cama de solteiro já é suficiente. De qualquer forma, sugiro sempre levar um bercinho pra facilitar a proteção contra os mosquitos, pois normalmente ele vem com mosquiteiro. No nosso caso como ganhamos o bercinho/ chiqueirinho da Burigotto, sempre levamos esse.
Hospedagem nessa fase é bastante flexível, quase não mudou nossa vida de antes do Dimitri, a maior dificuldade seguiu sendo a Zuppy. Mas resolvemos super bem, ficando numa pousada que nos sentimos em casa.
Pousada Vila Colonial

Das mais de 20 opções de pousada que aceitam cachorro da região, apenas 2 ficavam no centro. A Sô Vigario e a Vl Colonial. Apesar de nao aparecer no site do booking, a pousada que fica logo enfrente à Igreja matriz tambem aceitou a Zuppy da ultima vez que viemos porém detestamos (veja um post anterior sobre Pirenopolis).

Das duas opções, aparentemente parecidas em termos de facilidades e preço, o que determinou nossa decisão foi a flexibilidade da Vl Colonial que não forçou decidirmos data de saída e nos deu desconto se ficássemos mais que 3 diárias (150 reais) enquanto que a outra dobrou o preço para os dias de feriado. Não nos arrependemos da decisão. A limpeza do quarto era impecável (todos os dias), bons lençóis, colchão e travesseiros. Super liberdade pra Zuppy. A acústica dos quartos não é muito boa mas tivemos bons “vizinhos” e ótima estadia em todas as vezes que estivemos ali, exceto quando a mãe do Maurício veio que acabamos alugando uma casa.
Obviamente que o destino deve ser bem pensado quando viajamos com bebês. Primeiramente deve oferecer uma infra mínima pra nossa tranquilidade. Pirenópolis sustenta, mesmo durante dias de semana, algumas opções de lojas de artesanato e restaurantes abertos, o que dá a sensação mista de estarmos vivendo nesta cidadezinha pacata onde logo já nos ambientalizamos com os comércios e povo local, porém com os mimos de cidade turística.
O clima pra nós também é fundamental. As 3 idas à Pirenópolis foram justo para fugir do frio de SP. E, finalmente, evitamos locais super lotados.  Exceto pelos finais de semana e feriados trata-se de uma cidade tranquila, bem de interior.
Abaixo um pouco das experiências em restaurantes e cachoeiras que tivemos.
Restaurantes

Maria Bonita : O primeiro prato que provamos aqui foi o empadão que achamos muito melhor que o da Tania lá de Caldas Novas. No restaurante da Tania o empadão é feito com massa podre e ainda que eu ame e conceitualmente isso seria o sonho da empadinha gigante, acabou sendo enjoativo e pesado. É o terceiro restaurante da rua do rosário conhecida como rua do lazer. A massa é tipo de pizza, mais leve e muito saborosa. E o recheio também estava mais gostoso, bem temperado. Outra grande diferenca: um é preparado na hora, enquanto o outro é congelado. Mas nao é só nisso que este restaurante se diferecia, provamos a panelinha goiana com lingüiça e costelinha e um robalo ao molho que estavam fantásticos. Para despedida da cidade comemos ali também um tucunaré recheado assado, um dos melhores peixes que ja comi.

Café Pireneus: Atrás da feirinha de artesanato, comi crepe e petit gateaut muito bons. A localização e ambiente são tão gostosos que paramos ali várias vezes ainda que pra um cafezinho.

maiale

Maiali: Um dos poucos restaurantes que não oferece lugar na rua. Fica fechado pois tem ar condicionado, que não é necessário para as noites de inverno mas certamente tem utilidade para dias mais quentes. Abre apenas nos finais de semana. Quando fomos tinha uma banda de jazz muito boa. Por ser um restaurante italiano pedimos nhoque ao pesto e ao sugo, ambos deliciosos. Todas as massas são artesanais, o atendimento é otimo, o ambiente é bem agradável mesmo com a musica. Apesar de uma opção mais cara (o prato de massa por pessoa sai por volta de 60 reais) eu recomendo.

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Pamonharia  do Peixoto: De todas que provamos na cidade é a nossa favorita. Fica na rua Direita. Virei super fã desse lugar e todos os dias vinha aqui comer minha pamonha.
Beco da Lua: Vizinho do Maria Bonita, o primeiro restaurante da rua do lazer ( vindo do lado contrario à praca dos artesanatos), que fica ao lado de uma lojinha chamada Argento. Eles também preparam os pratos na hora (o que sempre leva pouco mais de meia hora) e por recomendação da recepcionista escolhemos o prato premiado da casa: porção de tucunaré frita. Pra acompanhar pedimos um pure e uma salada
Cachaçaria do Dill: Em frente ao Maria Bonita, um restauranre com fachada amarela, sem o nome aparente, também tem uma comida muito boa. A cebolete que acompanhava o porco na cachaça faz esse prato ainda mais gostoso. Comemos o escondidinho de carne seca mas não se compara com o porquinho apesar de o Mauricio ter adorado.

Dona Cida: Indo sentido a Pousada dos Pireneus, passamos enfrente a esse restaurante que curiosamente tinha um chef (um senhor vestido de chef) bem na frente. Puxamos papo e descobrimos toda sua vida rs, e isso lhe valeu comprarmos um livro de receitas de sua autoria,  que além deste tinha mais outros 5 publicados, diversos prêmios e participação em programas de tv.  Almoçamos ali e nos surpreendeu a área espaçosa e agradável. O atendimento foi bom e rápido. O preço compatível com o dos outros retaurantes deste tipo da cidade. Comemos galinha caipira, que estava deliciosa. Os acompanhamentos também: quiabo bem sequinho, um feijão tropeiro que esta entre os melhores que já comi e creme de milho, um pouco adocicado pro nosso gosto mas que combinou bem com o molho da galinha. Voltamos a comer aqui, porém desta vez pedimos picanha e a carne não estava macia.

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Casa Aurora
Da primeira vez que viemos a esse restaurante pedimos espetinho, que vem sempre com acompanhamento: vinagrete,  mandioca e farofa são deliciosos. Provamos os sabores de porco, medalhão de frango e carne. Todos muito bem preparados.
Cachoeiras
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Cachoeira das araras. Eu sempre tenho a impressao de que as melhores cachoeiras sao aquelas que possuem trilhas maiores e mais complicadas. Se voce tem disponivel pra viajar principalmente em finais de semana e feriados, essa teoria certamente é confirmada. Como fomos durante a semana a sensacao é de paz mesmo numa cachoeira que esta a apenas 100 metros do estacionamento,  o que nao é definitivamente o caso de quando visitamos  cachoeiras de facil acesso durante feriados e finais de semana.
O acesso pra chegar desde a cidade é via a GO 388, apenas 10km de asfalto e no mais 5 km de terra. Voce paga 20 reais por pessoa por dia. O ideal é ir no horario mais quente do dia pois a cachoeira e o mini lago que se forma ao seu redor sao sombreados e mesmo num dia quente, ali você vai encontrar um otimo refúgio, ainda que não queira entrar na água, que pelo nossa experiência é bem gelada.
Durante a semana nao oferece mais do que a propria cachoeira e infra basica como banheiros, por isso vale levar um petisco. Ha uma cobrança extra por isopor e pra usar o quiosque com churrasqueira.

Cachoeira do Abade. Saindo sentido à estrada dos pireneus, antes de entrarmos na estrada que leva à cachoeira, resolvemos visitar a “cidade de pedras” que fica um pouca a frente. Ficamos impressionados com a formacao das rochas que vimos pela internet porem somente encontramos uma versao bem mais simples do que esperavamos, lembrando que decidimos nao caminhar pois nosso baby estava dormindo. Entao a diversao ficou toda no trajeto mesmo, 4×4.

Em seguida seguimos pra cachoeira do Abade, que saindo da cidade dá aproximadamente 1 hora de viagem – sendo a maior parte do trajeto estrada de terra.  Já na entrada se mostra bem diferenciada. Quem nos acompanha sabe que visitamos muitas pelo Brasil, mas nenhuma privada é tao organizada e claramente recebeu tanto investimento. O preço que a partir de 01/06/16 será de 30 reais parece bem justo. A trilha de 400 metros que leva a cachoeira é pavimentada com pedras e tem inclusive corrimão. Há um desvio na mesma trilha que leva à cachoeira do canion,  nas mesmas condições. Além disso o espaço conta com uma recepção ampla, banheiros novos, limpos e bem cuidados. Recentemente inauguraram também o restaurante, que caiu super bem para finalizar nosso passeio. Apesar de a comida não ter sido tão boa, o atendimento foi rápido (reservamos o almoço na entrada) e o preço razoável com uma porção de picanha pra dois por 60 reais.

Cachoeira do Rosário: pela mesma estrada que leva à cachoeira das araras, GO 388, (5km depois) saindo pra estrada de terra, depois de aproximadamente 15 km você chega e já dá de cara com um barracão grande onde servem almoço. Tem até um segundo andar onde ficam várias redes onde as pessoas descansam após comer ou aguardam o almoço ser servido a partir das 14:00. Como tínhamos acabado de tomar lanche no caminho, optamos por não almocar. O preço da cachoeira com almoço sai 90 reais por pessoa, e somente cachoeira, 45 reais.

Após uma descida íngreme porém curta chegamos ao primeiro ponto de atracão, um poço fundo o suficiente pra nadar e saltar de cima das pedras, que brilham em amarelo sob o reflexo do sol.
Retornando a trilha logo chegamos na cachoeira. Com o volume de água baixo, essa cachoeira de aproximadamente 20 metros, tem sua queda d’água suave como um chuveiro, e em sua base se forma uma pequeno lago, raso que não permite nadar mas sim caminhar sobre as pequenas pedras, daquelas que massageiam os pés.
Por fim, e o ponto alto desse passeio foi a trilha de pedras ou canion. Por quase 1 km você percorre uma trilha segura e bem mantida que acompanha o curso do rio, margeado por grandes paredões e vegetação densa. A sensação é a de estar perdido na floresta, um diferencial que nenhum outro passeio de cachoeira tem.

Cachoeiras do dragão: a recepção é um mosteiro e por isso boa parte estava isolada e os turistas não podiam entrar.

A Zuppy de novo não foi aceita pra descer nas cachoeiras e tivemos que deixá-la, assim como na cachoeira do Abade e Rosário. Coisa que ainda não entendo. Como nas outras deixamos ela na recepcao. Só que dessa vez o menino que estava na recepção ficou de colocar água e esqueceu.
Esse foi o primeiro desencanto com esse local que tem fama de ter as melhores cachoeiras de Pirenopolis. Porque estavamos com o Dimitri e o circuito completo eram de 4 km, eles sugeriram irmos apenas na cachoeira numero 8, uma trilha mais plana de 2km ida e volta. So que o problema é que a tal estava seca! Tinha sim um pouco de agua correndo mas nunca daria pra tomar banho e o pior, praticamente não tinha sombra e estávamos fervendo da caminhada. Os comentários que escutamos era de que no geral o volume de agua estava baixo em todas, então desanimamos e desistimos. Definitivamente 40 reais por pessoa não compensaram pra nós. E somando a falha com a Zuppy e a dica furada, o atendimento ficou a desejar. Com 2 km a mais de caminhada teríamos visitado as 8 cachoeiras, conseguido nadar e nos refrescar e andado em áreas mais sombreadas.
Saindo de lá, tentamos encontrar a cachoeira da Freira, bem pertinho. Achamos, mas também estava seca. Pelo menos não tinha ninguem cobrando.
De lá, rumo à cidade, logo depois da saída pra cachoeira Rosario, paramos na entrada pra cachoeira Paraiso, recém inaugurada. Apenas 10 reais, 100 metros de caminhada, um poço ótimo pra nadar, sombra pra amamentar, tudo que precisávamos.

2 comentários em “Viagem com bebê e cachorro: Pirenópolis

    1. Oi Kamila, das cacheiras descritas, apenas a das araras permitiu entrada com a Zuppy 😞 a solução que encontramos foi deixa-la sempre na entrada/ recepção. Exceto pela cachoeira dos dragões, que prometeu por agua e esqueceu!? todos foram bem atenciosos e cuidaram bem na nossa pequena 😉

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