Nova York & Eleição US 2016

Nesta viagem, Nova York era mais do que os shows da Broadway, o agito da timesquare, passeio no central park, que aliás são os mais lindos nesta época do ano em que as árvores ganham diferentes cores. Nova York logo no dia de nossa chegada era o palco de uma peça que já levava há meses os seus expectadores a um fervilhão de atos, envolvendo temas à altura de qualquer telenovela.

Dois candidatos, uma mulher, um homem. Uma democrata, um republicano. Ela, defensora dos direitos das minorias e das relações internacionais, ele procurando eliminá-las construindo um muro separando o México, impedindo qualquer muçulmano de entrar nos EUA, cancelando acordos bilaterais de comércio.
Ela apresentava um histórico político duvidoso, ou podemos chamar… corrupto? Há meses os emails que foram utilizados de sua caixa de mensagem particular dos anos que fora Secretaria de Estado estavam sendo divulgados na mídia colocando dúvidas sobre suas relações (e por que não dependência) com grandes empresas e até países estrangeiros. Já ele, vendia o modelo esquecido do sonho americano com o slogan: Make AMERICA great again. A mensagem era sem dúvida atraente aos milhares de americanos que perderam seus empregos com a saída das industrias dos EUA para países com mão de obra mais barata. Ainda que ela pertencesse ao partido que tirou os EUA da crise de 2008,  já em 2016, o clamor era pela mudança e ele se apresentava como a solução, em especial para a classe média que nunca viu retomar seus rendimentos e a disparidade de renda em comparação com os ricos crescendo.
Enfim, de duas opções ruins – a pergunta que mais escutava falar é como chegaram a dois candidatos tão fracos – ela seria apenas mais do mesmo e ele seria a mudança. E como já esta era a hora da mudança, acabamos o dia com Hillary contabilizando a maioria dos votos populares, mas Trump vencendo na contagem dos delegados. E assim, as pesquisas que garantiam a vitória de Hillary, as revistas e jornais impressos antecipadamente anunciando a vitória de Hillary tiveram que ser reescritos.
O clima de tensão de quando chegamos, com policiais e exército nas ruas de Nova York para evitar conflitos dos apoiadores dos dois candidatos desta cidade, deu lugar a um clima de surpresa, decepção, tristeza. Histórias de crianças chorando, estrangeiros comprando passagem de volta para casa, imigrantes sendo “atacados”, manifestações de ódio contra negros, mulheres, hispânicos, árabes.
Como sempre, a mudança dói e até machuca quando vem assim sem avisar. Pra nós, no entanto, deixamos a loucura de NY e seguimos pra Connecticut – CT que, apesar do clima de tristeza, continua a apoiar nossas iniciativas na Paseli de trazer empresas brasileiras para os EUA. Percebemos esse momento até mesmo como oportunidade para o Brasil que é um dos poucos países do mundo que não se beneficia de acordos bilaterais. Além disso um eventual rompimento ou desgaste do Nafta pode ter reflexos positivos pra empresas brasileiras.
Por fim, independentemente do que venha a acontecer no nível federal, aqui em CT, os brasileiros seguem sendo mais que bem-vindos. O governo vem investindo em ter  representação da Paseli ( http://paseliconsulting.com/pt/invest-ct-pt/) no Brasil para atrair empresas e também oferece diversos incentivos, inclusive ajuda financeira para viabilizar os planos de negócios.  E como próximo passo, no início de 2017, inaugurará o HUB Brazil que visa oferecer espaço, secretária bilingue e um ambiente que proporcione acesso a clientes, parceiros, governo, fornecedores da região.

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