– Pra mim se desfez o mito de que o Português era mal educado, rude, grosseiro. Pelo menos em Lisboa só tivemos contato com pessoas acolhedoras, atenciosas e recebemos ótimo serviço. O que posso dizer por experiência que é bem diferente da Espanha que no geral os atendentes são impacientes, até mesmo rudes. Esperava algo parecido e me surpreendi. Além disso, o serviço foi rápido e efetivo em todos os lugares que fomos, coisa que deixamos a desejar no Brasil, a despeito de nossa simpatia.

– Duas coisas que pode ser de pouco conhecimento dos brasileiros mas que é impossível sair de Lisboa sem saber ou ouvir: história relacionada ao terremoto de 1755 e fado.
– Lisboa é internacional desde sec XI ou antes ainda. É parte da história o português sair para o mundo… daí as saudades da terrinha, as saudades como marca de um povo. E o fado, cantoria melancólica que quem já foi a Portugal com certeza já ouviu, representa bem esse aspecto da cultura portuguesa.
– O terremoto, apesar de ter sido uma página muito triste da história de Portugal, proporcionou a ascensão de uma das principais figuras políticas deste país: Marquês de Pombal. Este, além de liderar a reconstrução de Lisboa, teve grande importância no desenvolvimento do Brasil. O período Pombalino durou 30 anos a partir de 1750, quando Pombal esteve a frente da Secretaria de Estado do Reino comandando todas as ações estratégicas em nome do Rei D. José. Entre muitas ações que impactaram o Brasil estão a expulsão dos jesuítas em 1759, a cobrança do quinto e derrama sobre a produção aurífera que culminou na Inconfidência Mineira em 1789, abolição da escravidão indígena em 1757 e fim da perseguição aos cristãos novos em 1773.
– É muito interessante viajar a um país estrangeiro e poder falar sua língua. Digo isso porque por mais fluente que se seja em outro idioma, sempre perdemos algo na comunicação. E em Portugal, claro, nos expressamos “no original”. Penso até que isso nos aproxima culturalmente das pessoas nativas. Claro que se nota diferença entre um Português e um Brasileiro, mas ainda assim, logo de cara, há o idioma que nos une e a cada dia que passamos ali, vamos percebendo ainda outras similaridades mais como jeito de ser e alimentação. E a arte que mais gosto: literatura, toda em português! Ler no original grandes autores como Saramago e Eça de Queiroz e depois da viagem valorizar um pouco mais nosso idioma.
– Acabamos com o mito de que o bacalhau em Lisboa é o melhor. Certamente encontramos melhores em Sp, mas não pelo mesmo preço que por aqui… 10 euros! mesmo a um euro comvertido a 4,5 ainda nao conseguimos chegar aos valores cobrados em restaurantes paulistas. Outro mito o qual os Portugueses se gabam muito é de que há milhares de formas de se preparar o bacalhau, no entanto, pelo menos em Lisboa não se nota tal diversidade. Os restaurantes se limitam a oferecer as opções a braz (com batata palha), a lagareiro ou cozido (normalmente com batatas e as vezes legumes, azeitonas, ovos), à natas e à broa.
– como em todos os lugares que se visita, Lisboa oferece muitas opções de artenato e lembranças de viagem. Minhas preferidas são todas que tem o símbolo do galo – eu comprei o fechador de vinhos e toalhas decoradas.
– Eu que gosto praticamente de qualquer sobremesa com chocolate e nem me animo com outras opções. Não sei se pela gravidez ou se por méritos da cozinha local, todos os doces que provei estavam divinos e nenhum tinha chocolate! A exceção é a Ginginha que é um licor de cereja, servido dentro de um copinho de chocolate. É uma delícia.
– E quem diria que experimentaria meu queijo favorito em Lisboa: Azeitão. Gostei mais até do que o Serra da Estrela que é o mais famoso de Portugal. Nunca soube da fama de produzirem queijos tão bons, mas de novo, não sei se pela gravidez, só sei que comi os melhores queijos da minha vida.
