O vôo direto de NY leva 14 horas pela AirIndia. Tive sorte pois o avião veio vazio e por isso pude ocupar 3 poltronas e ter bastante espaço e privacidade. Saímos as 15:30 e desta hora até meia noite fiquei lendo os livros que trouxe. Historia da India e Guia do Lonely Planet. Às 3:30 da manhã o serviço de bordo nos despertou para o café e logo depois já iniciou-se o preparo para a aterrizagem, Chegamos em New Delhi às 02:30pm, horário local.Ou seja, 9:30 de diferença com NY.
Assim que desembarquei do avião, logo senti a diferença de temperatura, o calor parecia forte. No primeiro corredor que andei no aeroporto havia um forte cheiro de carpete mofado. A falta de circulação de ar e a grande quantidade de pessoas tornava o ambiente sufocante. Assim que cheguei no saguão principal, espaçoso, porém ainda cheio com grandes filas para fazer o processo de imigração, vi a indicação para seguir reto para o sinal de “Visa on Arrival”. O procedimento de visto na chegada é fantastico. Não havia fila, e o fiscal também não encrencou com minha falta da vacina obrigatória da febre amarela – imagino que porque eu estava viajando desde os EUA. Foi tão facil que eu mesma dificultei. Entrei naquela enorme fila com espera aproximada de mais de 1 hora. Por sorte um fiscal me chamou para mudar de fila e perguntei, foi quando entendi que o que havia feito já era tudo, não precisava pegar aquela fila.
Esperamos um pouco pelo motorista e logo chega um veiculo que se assemelha a mini perua por fora e uma brasilia ou TL do meu avo por dentro. Com a diferenca que a direção esta do lado direito.
O caminho do aeroporto pra Delhi Velha é bastante arborizado. E em geral as avenidas são largas. Os veículos são diversos – a maioria não existe mais ou nem mesmo existiu no Brasil. Mas quando se repara apenas nos carros, parece que esta visitando Cuba de tão velhos que são.
O hotel que fiquei é uma indicação do Lonely Planet e chama-se Amax Inn. O dono esta sempre presente e a limpeza é um diferencial. É fácil notar que eles estão sempre limpando e mantendo o hotel em ordem. Aliás isso me chamou a atenção pois havia muitos homens, empregados do hotel, fazendo esse tipo de serviço, o que normalmente no mundo todo trata-se de uma atividade executada por mulheres. E o fato de serem muitos, me diz que aqui na India ainda há fácil acesso a mão de obra extremamente barata. Meu quarto, descobri depois, era o melhor do hotel, fiquei no 107. Super recomendo, o colchão é bom, chuveiro também e o quarto é bem espaçoso.
A experiência de andar pelo bazaar passou por tres fases. Primeiro estava com medo dos olhares, ou melhor, de atrair olhares. Me fantasiei de forma a parecer o mais natural possivel nas claramente eu estava fora do padrão. No entanto, seja pelo grande movimento de pedestres, rickshaws (tuk tuk), motos e ate carros nas ruas – que pra mim se assemelham mais a vielas- fui acreditando que passava desapercebida. O segundo estagio foi o de me adaptar ao ambiente, na pratica. Esquecido o medo “subjetivo” veio o medo efetivo e mais imediato, por tres vezes quase enfartei de susto com algum veiculo quase me atropelando. O desafio aqui era desviar e não bater ou ser atropelado por motos, tuk tuks, pessoas e vacas, uma em especial me deu uma fungada no pescoço que eu senti até o molhado do fucinho dela.
Meu objetivo era comprar roupa típica indiana. Após perguntar em algumas lojas sobre preços e ter clara a base de preços fechei com uma moça grávida e linda – que falava quase nada de ingles. Nao há muito espaco pra barganha já que os preços ja são extremamente baixos. Mas eu tentava argumentar que a peça que eu queria estava muito grande e ela dizia “voce é magra como eu, somos o mesmo tamanho” e sim isso era verdade mas a peça q ela me mostrava era bem maior. Mas logo desisti e resolvi levar assim mesmo. E foi quando ela me chamou, tirou minhas medidas e costurou na hora os vestidos no meu tamanho. Não gastou mais que 20 minutos. Fiquei encantada. Foi ali que desconfiei que os indianos, quando querem dizer sim ou até mesmo agradar e concordar com você mexem a cabeça em sentido que pra nós seria não, mas ao invés de virar o rosto para as laterais, eles viram o pescoço sentidos os ombros. Depois disso em várias situações essa desconfiança se confirmou em verdade.
No geral me surpreendi com a tranquilidade dos atendimentos. Eu estava esperando um mercado tipo feira no Brasil em que as pessoas ficassem gritando e oferecendo suas coisas constantemente, mas não percebi isso.Feliz com as compras, percebi que estava com fome, mas na estava anoitecendo e contradizendo minha propria expectativa de nao andar a noite na rua sozinha, parei num cafe indicado pelo Lonely Planet chamado Sam’s cafe e jantei um hambúrguer vegetariano que estava divino.
Entrei pelos fundos, eu acho, onde eles tem algumas mesinhas simples e o lugar não estava tão agradável mas em seguida percebi que havia um terraço e, de fato, não só a comida é boa mas o espaço também muito agradável e com vista! rs
Encontrei o Atul, amigo da Fer, minha professora de Yoga, que estava com um amigo. Ele é de uma cidade próxima a Mumbai e seu amigo é de Delhi. Saímos todos, inclusive o casal, a ver a cidade velha devidamente guiados. Ambos foram extremamente acolhedores, nos apresentaram muitas coisas na cidade, em especial comidas – que pretendo fazer um post especial para descrever as diversas delícias da culinária indiana.












To adorando essa viagem.
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